quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

De como as pessoas são estranhas, ou, de como os jornais não têm mais assuntos

Não apareço por aqui há bastantes meses, mas vim só para registrar que os jornais estão começando a me assustar. Não sei se são os noticiados que estão se tornando mais e mais estranhos, ou se são os leitores que preferem notícias irrelevantes.

Folha de São Paulo: "Príncipe William diz que cozinhar não é o seu forte". E há uma matéria sobre. Pergunta: quem na terra clicou nisso? (além de mim, é claro). Não sei cozinhar, tenho, inclusive, problemas com eletrodomésticos, e nem neta de Elizabeth sou, mas me sinto no total direito de dizer que tô poco e que a Folha deve estar fazendo graça. Só pode.
(Fora que esse tipo de matéria é um desrespeito ao pobre coitado do treinee do jornal, que fez quatro anos de Jornalismo).

Outro protesto, que serve como dica: empreendedorismo, como economizar neste Natal, como reduzir as despesas do lar, viver com mais saúde, saiba se dar bem no Enem, como se preparar para o VestUFES são coisas que A Gazeta nunca vai conseguir ensinar. Ela tenta, a pessoa até quer aprender, mas não vai rolar, sério. Por favor, na prática, não é utilidade pública... Então, vai um pedido: poupem as capas de matérias assim, tá? O sentimento de colocar um chinelo para ir à banca e, quando chegar lá, ler, na primeira página, no maior grau de importância, uma coisa como "É hora de investir" e "Se proteja corretamente neste verão" é indizível. É claro que há dias em que não aconteceu algo importante, mas, com certeza, pelo menos daria para preencher com a notícia do homem que foi esfaqueado, da universitária morta em bairro nobre da Grande Vitória, da casinha que desabou com a chuva, isso tem sobra.

Felizmente, ao mesmo tempo em que as publicações supérfluas irritam e desperdiçam papel,
elas são ótimas para trazer boas risadas, quando se é uma pessoa paciente para lê-las. Exemplo:
na Folha de hoje, uma das notícias super relevantes para a nação é que Lula e Dilma se casaram de brincadeirinha. Eles deram um jeito de emitir uma certidão de casamento falsa, na Bahia. Bizzaro, e, sem querer ser sudestina fascista, tinha que ser lá mesmo. Haja criatividade!
Melhor que isso só o Chuck Norris se manifestando contra o aborto: "... e se a Virgem Maria pudesse ter abortado?". Ele deve ter se sentido muito espertão quando mandou essa! E o tcham da história é que músculos e pelos e ação e regata e braços cruzados e cara de mal e de quem só pega mulheres com peitos grandes triplicam a graça da matéria uma vez que você pára e pensa:
O Chuck Norris é cristão fervoroso? Por que que o Chuck Norris está dando palpite no novo sistema de saúde, ou melhor, quem perguntou a opinião DELE? Tô falando... Essas idéias mirabolantes "acordei, tenho que escrever uma matéria sobre o Sist. de Saúde do Obama, acho que o nome pra isso é Chuck Norris" são coisas de jornal/maluco.

4 comentários:

  1. heuehueheu! a imprensa brasileira tá realmente perdida!
    mas olha, eu preciso dizer uma coisa... enquanto ai as noticias sao uma piada, aqui na Suíça a graça são as propagandas. na moral, cada uma pior que a outra... estando aqui, descobri como que a publicidade brasileira é bem-feita!

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  2. obrigada por explicitar meu futuro: ficarei de papparazi atras da alinne moraes, oq acha?
    prometo que minhas fofocas terão muito estilo

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. hahahaha adorei! só não sei se é pior abrir o jornal todos os dias e ler sobre eternas enchentes e assassinatos utilizando práticas e materiais cada vez mais peculiares, ou ouvir asneiras de gente superioramente burra. enfim, to numa época que tô achando melhor mesmo dar umas boas risadas da limitação alheia do que chorar com as hipérboles da desgraça que não fazem ninguém se mover. muito bom =)

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